Olá,
Apresento, aqui, como surgiu a ideia de se fazer um blog com esta temática: A Divulgação em Ciências Humanas no Brasil.
O texto abaixo foi escrito por mim e exposto nas Redes Sociais Café História e Histórica. A intenção deste era causar algum tipo de impacto nos leitores, suscitando debates acerca dos assuntos que nele estão inseridos.
Em ambas as Redes Sociais, o debate foi gerado, ainda que um tanto "tímido". Um dos participantes, "Falando de História", sugeriu a criação de um blog, o qual apresentasse discussões e textos referentes ao tema da Divulgação em Ciências Humanas, principalmente História, no Brasil.
A sugestão foi muito bem-vinda, e cá estamos, na tentaviva de divulgar o divulgado além dos muros acadêmicos.
Boa Leitura!
...
Gostaria de iniciar aqui uma discussão acerca de uma preocupação que atinge grande parte daqueles que lidam com as ciências humanas: o conflito existente entre a História Acadêmica e a História Popular. Por que fiz referência às ciências humanas e não às demais ciências, que também enfrentam este tipo de problema? Porque acredito que, numa proporção jamais vista, a divulgação das ciências humanas tem ganhado destaque e relevância no meio “não-acadêmico”. Filmes, séries, HQs, livros, museus, jogos, revistas de banca de jornais, sites, blogs etc... Todos esses meios colaboram na expansão do conhecimento, antes tão fadado ao âmbito acadêmico.
Desta forma, ao analisar mais profundamente o conteúdo presente, por exemplo, em uma revista de História, percebemos - aqueles que têm contato mais direto com a área em questão - falhas, exageros de sensacionalismos, entre outros problemas. Contudo, como tornar interessante um conteúdo histórico, de forma a alcançar um público leitor distante dos moldes da academia? Talvez seja por isso que os livros de história escritos por jornalistas façam tanto sucesso, como é o caso do best-seller nacional “1808”, de Laurentino Gomes. Ou revistas de história como a “Aventuras na História”, que vende uma quantidade bastante significativa de exemplares por edição. Talvez a linguagem facilitada, o uso de imagens, o levantamento de questões polêmicas, entre outros, sejam os grandes responsáveis pela maior difusão do conhecimento histórico entre os sujeitos. E aqui, mais uma vez, surge um embate: será que, de fato, essas divulgações são responsáveis pela real difusão do conhecimento? Ou será que tudo gira mais em torno de um mercado consumidor de informações supérfluas e sensacionalistas, como aquele que quer saber sobre “O Mistério do Santo Graal”?
Deixo aqui esta provocação. Considero de extrema importância um debate entre os “profissionais” da história, o qual levante questões acerca da divulgação do “conhecimento” histórico entre o público não-acadêmico. Não parece, de fato, simples a interação entre a História Acadêmica e a História Popular, uma vez que muitos sujeitos envolvidos com a disciplina procuram não misturar uma coisa da outra; aumentando, assim, a distância entre os objetos. Para aqueles que se interessam e se esforçam pela aproximação dessas “Duas Histórias”, fica o questionamento: como tratar temas históricos para o grande público?
Desta forma, ao analisar mais profundamente o conteúdo presente, por exemplo, em uma revista de História, percebemos - aqueles que têm contato mais direto com a área em questão - falhas, exageros de sensacionalismos, entre outros problemas. Contudo, como tornar interessante um conteúdo histórico, de forma a alcançar um público leitor distante dos moldes da academia? Talvez seja por isso que os livros de história escritos por jornalistas façam tanto sucesso, como é o caso do best-seller nacional “1808”, de Laurentino Gomes. Ou revistas de história como a “Aventuras na História”, que vende uma quantidade bastante significativa de exemplares por edição. Talvez a linguagem facilitada, o uso de imagens, o levantamento de questões polêmicas, entre outros, sejam os grandes responsáveis pela maior difusão do conhecimento histórico entre os sujeitos. E aqui, mais uma vez, surge um embate: será que, de fato, essas divulgações são responsáveis pela real difusão do conhecimento? Ou será que tudo gira mais em torno de um mercado consumidor de informações supérfluas e sensacionalistas, como aquele que quer saber sobre “O Mistério do Santo Graal”?
Deixo aqui esta provocação. Considero de extrema importância um debate entre os “profissionais” da história, o qual levante questões acerca da divulgação do “conhecimento” histórico entre o público não-acadêmico. Não parece, de fato, simples a interação entre a História Acadêmica e a História Popular, uma vez que muitos sujeitos envolvidos com a disciplina procuram não misturar uma coisa da outra; aumentando, assim, a distância entre os objetos. Para aqueles que se interessam e se esforçam pela aproximação dessas “Duas Histórias”, fica o questionamento: como tratar temas históricos para o grande público?
Este texto e os comentários também podem ser encontrados nos seguintes endereços eletrônicos:
Abraços e até a próxima,
Olá;
ResponderExcluirEssa é, de fato, uma discussãointeressante e necessária.
É certo que, para o público emgeral, os livros acadêmicos são chatos. Se até pra mim, que sou acadêmico, é...Certamente, não sou o único.
Estava refletindo sobre esse assunto e várias questões relevantes surgiram, mas creio que seja possível abordartudo de uma vez, já que estão relacionadas.
É fundamental a relevância de uma pesquisa acadêmica para a sociedade. Creio que seja de grande importância um trabalho que faça sentido. Muitos dirão que qualquer pesquisa faz. Concordo, mas isso no âmbito acadêmico. Para a população, não há muito sentido emesmiuçar pormenores do passado, compreender processos, mentalidades, cultura,etc; até porque a linguagem acadêmica distancia os reles mortais dos nobres intelectuais, como se houvesse uma necessidade elitista em manter o povão do conhecimento. Compreendo a importância do rigor científico, mas creio que seja possível utilizá-lo de forma compreensível e acessível. (Você se limitou às ciências humanas, mas permita-me citar como exemplo Stephen Hawking e Carl Sagan, que escreveram grandes obras científicas direcionadas ao povo leigo)
Some a isso a facilidade com que as pessoas falam sobre a história. Não sei até onde isso está ligado às constantes crises existenciais da historiografia, mas parece que todo mundo se sente historiador só de ler sobre um determinado assunto. Ignoram toda metodologia que estudamos na faculdade. Tendo isso em mente, com um pouco de habilidade para escrever – o que jornalistas tendem a ter – violá! Surgem diversos livros e revistas sobre história com linguagem acessível, didática, e, por vezes, bem humorada.
Ignorar o rigor científico nenhum historiador o fará – e nem deve. Portanto, é preciso que os historiadores comecem a considerar sua forma de escrever e como aquilo pode ser relevante,além dos próprios anseios, para a sociedade. Senão, a história continuará sendo tratada como mera curiosidade, como em revistas (salvo, talvez, a da Biblioteca Nacional), ou como forma de, entre outros, jornalistas elevarem seu ganha pão (nada contra jornalistas, pois não duvido que tenham capacidade. rsss).