Editor: Roberto Civita
Editora: Abril
Publicação: Mensal
Preço: R$ 10,95
Não podemos negar que Aventuras na História é uma das Revistas de "História" mais famosas e vendidas no Brasil. Confesso que eu, antes de entrar para o curso de História, era fã dessa revista! Não é pra menos, não? Capas superinteressantes, temas relacionados à contemporaneidade e ao cotidiano, imagens fascinantes, adjetivos e mais adjetivos, linguagem simples... Enfim, tudo o que agrada aqueles que buscam, nas Bancas de Jornais, um conhecimento rápido e muito mais agradável que aquele oferecido pelas universidades.
Entretanto, antes de mais nada, devemos questionar algumas coisas:
1. Por que o conhecimento popular parece desvinculado do conhecimento acadêmico?
2. Por que revistas de bancas de jornal, como Aventuras na História, são tão vendidas?
3. Por que o jornalismo se apropria de outros campos, como a História?
Diferente do que ocorrera em alguns países europeus no século XIX, a fragilidade do capitalismo brasileiro impedia a real divisão entre o trabalho intelectual e um outro tipo de trabalho mais comercial, de produção ampliada. Mesmo a partir da década de 1960, quando a indústria cultural brasileira começou a se consolidar, o campo acadêmico continuou, de alguma forma, ligado ao campo jornalístico. Ou seja: o campo acadêmico, subordinado e traduzido, foi apropriado por um jornalismo preocupado em alcançar o mercado consumidor, antes de mais nada.
Foi durante a Ditadura Militar que o mercado consumidor de cultura se aproximou, de forma mais intensa, da divulgação e do conhecimento acadêmico. Esse mercado incorporou grande parte dos professores de universidades como a USP, uma vez que estes foram afastados de seus cargos. Sérgio Buarque de Holanda, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Novaes, Boris Fausto: acadêmicos que participaram do fênomeno dos Fascículos. Tamanha qualidade somada ao "Milagre Econômico" rendeu muitos pontos àquela indústria de bens culturais: era chique ter livros em estantes particulares; era um símbolo de status.
Mas os costumes mudam... e a velocidade do mundo contemporâneo não permitiu a eterna glória aos Fascículos. Hoje, quase ninguém tem paciência de esperar, colecionar informações; as pessoas buscam a facilidade, as informações em tempo real. E, no início do século XXI, surgem as principais revistas de história que hoje conhecemos: Desvendando a História, Aventuras na História, História Viva, Nossa História (que, mais tarde, será a RHBN), entre outras. O que estas revistas têm de interessante e compatível com a atual sociedade? Algumas razões já foram mencionadas aqui mesmo, mas em um outro post, farei algumas especificações, mencionando a Aventuras na História e a Revista de História da Biblioteca Nacional.
Entendemos que a indústria de produção de bens culturais busca, a sua maneira, aproximar-se do conhecimento acadêmico; entretanto, parece-nos que o contrário não acontece. Existe - e isto é perceptível - um distanciamento entre os profissionais da História e os demais sujeitos. O que não é muito claro é a razão deste comportamento reclusivo, que acaba por incentivar a divulgação de uma história "mercenária"; uma história que, no fim, não é história.
Referência Bibliográfica: http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/anagrama/article/viewFile/6289/5711
Entendemos que a indústria de produção de bens culturais busca, a sua maneira, aproximar-se do conhecimento acadêmico; entretanto, parece-nos que o contrário não acontece. Existe - e isto é perceptível - um distanciamento entre os profissionais da História e os demais sujeitos. O que não é muito claro é a razão deste comportamento reclusivo, que acaba por incentivar a divulgação de uma história "mercenária"; uma história que, no fim, não é história.
Referência Bibliográfica: http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/anagrama/article/viewFile/6289/5711
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